Entrevistas

     1)    Desde quando você percebeu que possui talento para a escrita? Como foi essa descoberta? Sua família te apoiou?
R: Não sei se possuo talento propriamente dito, mas adoro escrever e se não tirar as idéias da cabeça elas acabarão me enlouquecendo. Rs.
Quando eu era criança, antes mesmo de saber ler ou escrever, minha mãe comprava muitos livros pra mim, geralmente os clássicos da Disney. Assim que eu aprendi a ler, devorei todos eles e parti para os livros das minhas irmãs mais velhas.
Eu costumava destruir meu material escolar (na época, caderninhos brochura de 40 folhas, doados pelo governo) e montar pequenos livros onde eu escrevia as aventuras dos meus cachorros. Levei muitas broncas e algumas surras por causa disso e meus livrinhos, assim como muitos textos e romances inteiros que escrevi quando era adolescente, foram parar na lata de lixo ou no fogo.
Obviamente não tive o apoio da família. Ser escritor não é exatamente um emprego e nem gera uma renda suficiente para manter as nossas necessidades básicas. Era simplesmente uma coisa que eu precisava fazer e ainda preciso.
Depois que recebi alguns prêmios literários e ganhei alguns concursos Brasil à fora (o que realmente foi uma grande surpresa, eu nunca havia sequer pensdo nessa possibilidade) acho que o pessoal começou a acreditar e hoje em dia me apóiam, dentro da medida do possível.

2     Quando você começou a escrever, no intuito de ser uma escritora?
R: Nunca tive nenhuma ilusão de que poderia me tornar escritora, embora no fundo fosse um sonho que eu alimentava.
Em 2008/2009 mostrei para uma amiga um texto que havia terminado (Rubi de Sangue/Legado de Sangue) ela gostou e me aconselhou a colocar na internet pra ver o que aconteceria.
Coloquei em um site chamado Mesa do Editor. No dia seguinte recebi a primeira proposta de uma editora pequena, mas que cobrava pela publicação. Recusei, mas mantive meu texto no site. Então as propostas começaram a surgir e em 2010 apareceu a editora Òmega, de Portugal que se dispunha a publicar meu livro.  Aceitei a proposta e em 2011 fiz essa primeira publicação.
A partir daí fui me animando e comecei a enviar outros textos para as editoras. Em 2012 assinei a publicação de Seablue com a editora Corpos, também de Portugal. Em 2013 foi a vez de Herdeiro da Névoa, pela Chiado, meu primeiro romance a ser comercializado no Brasil também, o que me proporcionou esse primeiro contato com os leitores.
Ainda em 2013, com intuito de trazer o Rubi de Sangue também para o Brasil, mas com um contrato em Portugal que me proíbe de publicá-lo através de uma editora nacional, optei por colocar uma versão digital na Amazon e fazer uma auto publicação para os, como eu, amantes do livro impresso.

3    Quantos livros você já tem publicados?
R: Rubi de Sangue (Òmega, 211), Seablue (Corpos, 2012), Herdeiro da Névoa (Chiado, 2013), Legado  de Sangue (AGBook, 2013).
Para 2014 teremos o lançamento de O Voo da Fênix, também pela Òmega (pelo menos, assim me prometeram). E em breve, mais novidades.  ;)

4 Qual o seu autor ou autora preferidos?
R: Ai, meu Deus, há tantos autores que amo...
Mas vamos lá: Carlos Ruiz Zafón é meu atual preferido.
Em termos de literatura nacional contemporânea, as que eu mais gosto são Carla Pachêco (Perfume de Hotel) e Cristina de Azevedo (Nacqua, O Reino Escondido).

5   Qual o seu livro preferido?
O meu livro preferido é O Jogo do Anjo (Zafón).
Mas aqui eu poderia citar muitos, muitos mesmo.

6   Vc lê muito? E que tipo de gênero literário você mais gosta?
R: Sim, eu leio bastante. Os livros que coloquei na minha estante virtual lá no Skoob são apenas alguns dos mais recentes e os que mais me marcaram. Nunca parei para pensar realmente em quantos livros já li na vida. Rs.
Meus preferidos são: suspense, terror e romance sobrenatural. Mas adoro uma boa comédia, romance, até biografia. Leio de tudo. Caiu na mão eu leio.  ;)

7     De onde vc tira inspiração para escrever? E sendo mais específica, onde você tirou inspiração para escrever o livro "Legado de Sangue"?
R: Inspiração é a coisa mais abundante em todo o mundo. Está em todas as partes, numa pessoa passando na rua, numa situação inusitada, nos sonhos, especialmente nos sonhos.
Legado de Sangue nasceu da minha admiração pelos vampiros de Anne Rice. Claro que meu livro não se compara e nem tem muito a ver com os livros da autora. Mas a partir dos vampiros que li em seus livros nasceu em mim a vontade de ter os meus próprios, só que de uma maneira diferente com algo a mais que não pudesse ser encontrado em outros livros se não nos meus. Daí surgiram as bruxas com seu sangue tentador e irresistível...

8  Você escreve somente livros de fantasia, ou você escreve sobre outros gêneros Literários? E se for escrever sobre outros gêneros, qual seria?
R: Eu amo o sobrenatural, então meus livros terão sempre algum ponto onde a fantasia se misturará com a realidade. Seablue é a única exceção. Foi o primeiro livro que escrevi na idade adulta e a inspiração veio de um sonho que tive com o navio que nomeia o livro. É mais um drama do qualquer outra coisa.
Recentemente me aventurei a escrever um romance juvenil. Vamos ver no que vai dar.
Mas sim, eu escreveria qualquer que fosse o gênero. Só não sei se me sairia bem com alguns, mas eu arriscaria. Escrevo contos, por exemplo, que já me renderam muitos prêmios e, no entanto como contista não sou conhecida pelos leitores.

9     Em Legado de Sangue, qual a sua personagem favorita (se houver), e porque?
R: Pergunta difícil... Eu gosto da Francesca pela sua força. Ela suportou muita coisa e mesmo assim protegeu sua família o quanto pode. E fez o que fez na última tentativa de proteger as pessoas que ela amava. Apesar da atração natural entre as raças ela resistiu e mesmo com todo o sofrimento imposto a ela, foi uma guerreira.
Quanto a Miguel, eu acho que nunca odiei tanto um personagem quanto a ele. Ele tem seus motivos, mas a forma como ele agiu com Francesca é imperdoável. Eu o considero um vilão perverso e frio, que age muito com a tortura psicológica pra conseguir o que quer de todos. 

1 O que te levou a escrever Legado de Sangue?
R: Como mencionado acima, queria ter meus próprios vampiros. Sou uma grande admiradora desses seres enigmáticos vezes bons, vezes perversos.
Só que eu queria ter um diferencial então incluí a questão do sangue das bruxas, etc.


1Foi difícil publicar essa obra?
R: Foi o primeiro livro que publiquei com o título Rubi de Sangue, em Portugal. Foi o primeiro texto ao qual “dei uma chance”, então não sei dizer se seria mais difícil de publicar do q eu outros textos, como o Herdeiro da Névoa para o qual tive a sorte de conseguir uma editora grande.

1Onde você tirou inspiração para criar personagens como Miguel, Francesca e Carmem? E ao meu ver, Miguel é um personagem muito complexo, como foi desenvolvê-lo?
R: A ideia principal era criar um vampiro. Um vilão que fosse vamiro, mas que não fosse tradicional e tivesse evoluído como espécie. Por exemplo, pudesse andar na luz do sol, entrar em igrejas, que não tivesse problemas com crucifixos e que não fosse totalmente imortal.
A idéia do sangue das bruxas veio depois, no decorrer da escrita. Francesca tem um pouco da minha avó, da história da minha família (imigrantes italianos, a maioria fugida da guerra). Carmem é o nome de uma das minhas irmãs, embora a personagem não tenha nenhum traço nem físico nem psicológico dela. Acho que ela ainda não se deu conta de que eu roubei o seu nome. O.o
Quanto a complexidade de Miguel: tinha que ser um vampiro mau, pois seria um vilão. Como a história foi escrita pelos olhos de Francesca e de Carmem, e ele precisava enganá-las para conseguir o que queria, talvez isso tenha o tornado mais enigmático e manipulador aos olhos do leitor.

 Teria algo que você mudaria em Legado de Sangue, ou  está satisfeita com o resultado final?
R: Cada vez que releio, penso que poderia alterar alguma coisa. Principalmente depois que comecei a estudar para aprender a “escrever como se deve”. Descobri que muitas coisas ali e também nos meus outros livros, estão incorretas, segundo as técnicas de escrita, estruturação de texto, etc. Então, eu tentaria adaptá-lo para que se tornasse mais comercial.
Mas quando eu simplesmente leio, sem procurar erros, acho que ficou aceitável. Às vezes, em determinados trechos, me pergunto “Fui eu mesma que escrevi isso?”
Tenho uma grande dificuldade em me lembrar do que eu escrevo. Quando leio um livro de outro autor e gosto, não esqueço de nada e chego a decorar trechos em uma única leitura. Mas o que eu escrevo some da minha mente rapidinho e isso faz com que eu me surpreenda freqüentemente quando releio os livros, depois de um tempo engavetados.


 Vc tem outros livros publicados? Se sim, fale-me sobre eles!
R: Sim, tenho mais dois (visto que Rubi de Sangue e Legado de Sangue é o mesmo livro).

Seablue é um romance dramático, escrito em terceira pessoa, que conta a história de dois casais que, depois de algumas controvérsias, partem para uma viagem no transatlântico, a fim de realizar um grande sonho.
Daniele, famosa filha de um grande ator e seu marido Eduardo, professor e dono de uma escola de música para crianças carentes.
Joana, uma moça saída do interior estudante de arqueologia e Igor, um homem mais velho, com um passado cheio de sofrimentos e medo de se envolver.
No meio da viagem, uma tempestade assola o navio. Isso aliado a uma traição entre a tripulação faz com que o navio afunde. Daniele e Igor se alvam, mas Joana e Eduardo desaparecem. Então os dois se unem e criam uma instituição de apoio à vítimas de acidentes e precisam aprender a lidar com a dor da perda, compreender que a vida continua, mesmo depois de perdermos pessoas amadas e tentar continuar da melhor forma possível.

Herdeiro da Névoa conta a história de Inácio Vaz, um brasileiro pobre, mas muito estudioso que consegue uma bolsa de estudos na famosa universidade parisiense Sorbonne. Seu sonho é se tornar advogado, mas na hora da entrevista, em vez de escolher Direito, Inácio escolhe Artes só pra ficar perto de uma ruiva estonteante que ele viu no saguão da universidade.
A partir daí ele passa a procurar por ela e a encontra na catedral de Notre Dame. Ela o leva até a sua casa, um palacete antigo e bem localizado no centro de Paris, onde o dois tem uma espetacular tarde de amor, o que o deixa ainda mais apaixonado, e depois ela some.
A partir daí, Inácio se vê envolto em muitos mistérios. Encorajado por seu amigo Stephen e dotado de uma marcante ingenuidade, ele assume a identidade de François Roux, um milionário desaparecido muito parecido com ele e quase com a mesma idade.
Durante o desenrolar da história, Inácio se depara com muitas mentiras e com verdades estarrecedoras. Sua vida inteira foi uma mentira...
O enredo se passa por volta de 1952.

O Voo da Fênix (lançamento previsto para 2014) fala de Natália que ao sofrer um desmaio no seu local de trabalho, é levada ao hospital onde é diagnosticada com um aneurisma cerebral que pode se romper, tirando-lhe a vida, a qualquer momento.
A doença de Natália trás a tona uma vontade desesperada de fazer tudo o que sempre teve vontade, mas não pode por conta de suas condições. Entre estas vontades, a mais forte é a de encontrar um homem misterioso com quem ela tem pesadelos todas as noites.
Encorajada por seu amigo Andrew, que é ruivo e esquisito e vê a morte acompanhando os moribundos, ela decide começar uma terapia de regressão para tentar descobrir os motivos de tantos sonhos repetidos.
Decifrado o enigma, Andrew e Natália partem juntos para realizar a missão de suas vidas; encontrar o homem dos sonhos, chamar a sua atenção e convencê-lo de que nessa vida, ela poderá livrá-lo da morte precoce que o aguarda.


 E para finalizar essa entrevista, o que você diria para os fãs de Legado de Sangue?
R: Gente!! Eu nem sabia que tinha fãs!!! Rsrsrsrsrsrs
Galera, agradeço a todos os que leram meus livros e aos que ainda não leram, espero que possam dar uma chance a essa história. Garanto que irão se surpreender.  ;)


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